Fighter para ser Foo

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Se esse título não fez sentido nenhum para você, fique ciente de que precisa recuperar 16 anos de história. Ainda não entendeu? Faz assim, aproveita o fato de já estar conectado para ler este e procura uma banda chamada FOO FIGHTERS. Achou? Maravilha. Agora tenta encontrar um cara de nome Grohl, Dave Grohl.
Agora podemos continuar. Pelo menos alguns anos de conhecimento musical, você conseguiu abater.
Essa introdução foi só para deixar todos na mesma página, feito isso, vamos ao motivo do post. Acabo de assistir ao documentário da banda chamado “Back and Forth” e muita coisa pipocou na minha cabeça, achei melhor escrever enquanto a euforia ainda me contamina.
A primeira reação foi pensar que finalmente Dave Grohl conquistou seu espaço como figura importante na música e deixou de ser o ex-baterista do Nirvana com sua nova banda. Melhor ainda é a creditar ser possível algumas pessoas - mais jovens claro - nem mesmo saber da banda anterior e reconhecê-lo como "O cara do Foo Fighters". Obviamente falando do ponto de vista do público, porque o Sr. Grohl faz questão de admitir a importância do seu passado, mas sem necessariamente entrar no mérito Kurt Cobainiano da coisa.
Um sinal desse valor atribuído ao Nirvana foi a opção iniciar o filme com os últimos momentos da banda, mesmo tendo sido o pior momento. Quando o FF surgiu muita gente torceu o nariz - o próprio Dave cita isso - alguns amigos meus se dividiam entre achar interessante ele se tornar frontman de uma banda, outros desaprovaram e esperavam, praticamente, um luto eterno dos companheiros de Cobain. Espera aí. Os caras perderam um amigo de forma estúpida, evidente que isso abalaria a vida deles para sempre, mas isso não significa se tornar "refém da tragédia".
Muitos(as) viúvos(as) encontram o amor novamente, pessoas perdem amigos e entes queridos todos os dias, se formos entrar nesse mérito a conversa vai longe. Seria correto então o Metallica não existir mais, o Alice in Chains, o Ozzy e muitos outros? Arrisco até mais, Vinnie Paul (ex-baterista do Pantera) presenciou o assassinato do irmão e companheiro de banda no palco. Ele pode não estar mais na mídia, mas não deixou de tocar, ele é baterista/músico, fez isso a vida toda e ama o que faz.
Dave Grohl tinha todo o direito de continuar sua carreira e o fez. Detalhe! Contra gosto de muita gente, mas disposto a demonstrar seu talento e conseguiu. Para comprovar essa afirmação nem é preciso muito. O cara é declaradamente admirado por inúmeras figuras importantes, não só no rock, mas na música em geral. Ele montou tantos projetos quanto foram possíveis, gravou com nomes de peso, quando parecia não ter mais possibilidades ele aparece com o Them Crooked Vultures.
Convido aos incrédulos que assistam ao documentário e conheçam um pouco mais do FF e do Dave. Ele não pulou do Nirvana disco de ouro, para o Foo Fighters ganhador de Grammy e sold out no estádio de Wembley. Não. Começou tocando em buracos, viajando de van e quebrando galho de outras bandas em troca de uma oportunidade para abrir o show.
Kurt Cobain é considerado brilhante até hoje, mas isso não exclui a participação nem o talento de Krist Novoselic (baixista do Nirvana) e Dave. O Foo Fighters alcançou um lugar no Hall of Fame merecido, mesmo que Cobain não tivesse morrido, dificilmente estariam ativos até hoje e a constante fuga de Kurt da fama, enterraria a banda no limbo dos ex-grunges dos anos 1990.
Por ser um órfão de bandas grunge, é muito bom sentir esse frio na barriga ao saber que o FF vai lançar algo novo, assistir a uma apresentação deles na internet sem piscar, a vibrar com um disco faixa-a-faixa. Mal consigo expressar a inquietação por existir uma banda que eu gosto, ainda na ativa, a qual eu tenho chance de presenciar tocando ao vivo e esperar por material novo.
O documentário me deixou ainda mais viciado pela banda, pela história dos 5 caras que ainda fazem a diferença na minha vida. Uma das últimas frases do Dave no filme é, na verdade, uma pergunta:
"Como tudo isso aconteceu?"
Eu respondo:
"Fácil Dave. YOU ROCK!"

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